Escolha a sua Crise
A pandemia é um chamado para mudanças na vida: repensar relações, lidar com desafios no trabalho on-line (ou na volta ao presencial), viver um amor em tempos de distanciamento social… Desafios de todas as cores e tamanhos.
Como transformar estes desafios em realização? Como transformar o que dói em algo enriquecedor?
Não sei a resposta exata, mas venho experimentando algo que em geral é subestimado ou abertamente combatido: Abraçar a crise.
Uma rápida pesquisa no Google mostra dois sentidos básicos: o grego e o latino.
O que é crise?
Aparentemente os gregos tinham uma visão mais positiva da palavra (estado de mudança; decisão; solução; determinação; julgamento) versus a língua latina (ruptura; término; separação).
Eu prefiro o otimismo do sentido grego. Afinal, crise é aquele momento crucial onde podemos decidir o próximo passo transformador. Na crise reside a chance de mudarmos nosso caminho para reconstruir nossa realidade. Rever o que incomoda, renovar-se.
Crise é aquela hora da verdade, onde não dá mais para procrastinar, fingir que não vemos, seguir na inércia.
E todos sabemos que situações de infelicidade ou desconforto podem ser uma bomba-relógio esperando a explosão final.
O casamento que está morno. O trabalho desmotivado. A saúde em segundo plano.
Situações onde manter o status quo é provavelmente uma ilusão. Se não tomamos as decisões necessárias, mais adiante podemos ser atropelados por uma separação, uma demissão ou uma doença.
A pergunta é: esperamos esta crise inevitável ou podemos antecipá-la?
Eu tenho escolhido abraçar a crise, antes de ser engolida por ela. E estou satisfeita com os resultados.
A pandemia para mim foi um divisor de águas: inaugurei uma etapa on-line do meu trabalho, fui morar na casa de praia, busquei novos recursos para lidar com a maternidade e o casamento. Aprofundei-me no estudo do luto, como forma de processar a morte de meu irmão caçula aos 30 anos, logo antes da crise Covid-19.
Convido todos vocês a abraçarem sua própria crise. Corajosamente. Amorosamente.
Para ajudar, segue uma pequena lista de perguntas organizadoras de ideias:
Geral:
Gerando a crise: Se eu tivesse um ano de vida, o que eu priorizaria fazer?
Enfrentando a crise: Escolher uma destas coisas para fazer (ou começar) até dezembro deste ano.
Trabalho:
Gerando a crise: Se eu tivesse dinheiro à vontade, estaria neste emprego/trabalho?
Enfrentando a crise: Marcar um encontro com alguém que tem um emprego/trabalho que eu gostaria de fazer ou que possa me ajudar a continuar no que já estou fazendo.
Amor:
Gerando a crise: Como eu me sentiria se meu(minha) parceiro(a) me deixasse?
Enfrentando a crise: Um programa a dois diferente, para reaquecer a chama. Ou um programa comigo mesmo(a), para lembrar como era estar solteiro(a).
Para fechar, uma pergunta: que crise poderia te ajudar a ter uma vida melhor?
“Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar “superado”. Albert Einstein